14/05/10 A velha macabra


Certo dia a menina Camila teve de ser internada. Ela estava no quarto do hospital, quando viu pela primeira vez a velha macabra. Sua mãe estava dormindo, e quando Camila olhou para a poltrona ao seu lado, lá estava ela, com seus olhos fundos que pareciam buracos negros, cabelos grisalhos e vestido preto, dando gargalhadas como num filme de terror. Camila ficou apavorada e começou a gritar, sua mãe acordou mas a velha já tinha sumido. Quando voltou pra casa, ainda teve que ficar de repouso, e enquanto seu primo fazia sua comida na cozinha, ela estava na sala ao lado, vendo TV, quando ouviu a mesma gargalhada sombria, e ao olhar para o sofá viu a velha macabra olhando para ela, seu olhar penetrante causava horror. Camila correu para a cozinha para avisar seu primo, ele foi até a sala mas não viu nada. A menina passou dias vendo a velha macabra, até que, aterrorizada, procurou saber o motivo. Numa noite, após rezar e pedir esclarecimento, Camila pegou no sono, e no seu sonho Deus mostrou a ela a razão dessas aparições. Antes de ser internada, Camila havia tentado suicídio, e a velha macabra era um símbolo de morte, que iria continuar aterrorizando a jovem, a menos que ela se arrepender-se verdadeiramente de seu ato impensável. Camila pediu perdão. No dia seguinte, quando a jovem voltava sozinha da escola, ouviu a mesma gargalhada, assustada olhou para trás, a velha macabra fez um gesto com as mãos, primeiro a estendeu e em seguida a fechou, e no mesmo instante Camila tentou correr, mas não conseguia mexer seu corpo. A menina ficou apavorada, e a velha começou a andar em sua direção, como se estivesse flutuando, seus olhos negros ficavam mais profundos conforme sua aproximação. Camila conseguiu se ajoelhar, com lágrimas escorrendo em seu rosto, ela rezou, pediu perdão e sentiu seu coração, até então apertado, aliviar-se, tudo ficou mudo e o único som que Camila ouvia era o de seu coração batendo, as batidas elétricas e rápidas foram se acalmando, e seu coração normalizou, passou a bater calmamente. Olhou então para a velha, tão perto, que podia sentir o frio de seu corpo, e ao tocar o rosto da menina, Camila sentiu seu corpo congelar de vez, mas no mesmo instante a velha macabra desapareceu no ar, como se fosse apenas neblina. A menina desmaiou e acordou no hospital, no mesmo hospital, no mesmo quarto, mas a poltrona estava vazia, e Camila pode sentir pela primeira vez em tantos dias uma paz dentro de si. A jovem tinha se arrependido de verdade, Deus a tinha perdoado, e a velha macabra nunca mais assombrou Camila.
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