19/07/09 Lenda ''Criatura Decomposta''



Um jovem casal estava voltando para casa depois de uma festa, já era bem depois da meia noite. Eles ficaram na festa até o final e estavam exaustos, ansiosos para chegar em casa e ir dormir, com os sons da festa ainda zunindo na orelha.

O rapaz, sentindo que a noite ainda era uma criança, pegou uma saída da estrada. Acontece que a estrada em que eles estavam já era meio desolada, e cercada por um grande matagal, mas essa que ele tinha entrado era de terra e cascalho, parecia que ninguém tinha dirigido por ela por muito tempo, com um matagal mais cerrado que de vez em quando raspava nas laterais do velho carro.

Acordando e imaginando onde eles estavam, a garota perguntou onde eles estavam indo. O rapaz falou que queria dirigir por ai e passar algum tempo sozinho com a sua garota. Ele tinha em mente algum lugar escuro e isolado, onde não haveria interrupções. Apesar da garota estar cansada, ela concordou com os planos do rapaz, sabendo que ele não aceitaria um não como resposta.

Eles estavam indo bem devagar pela estrada de terra, e o farol do carro não conseguia iluminar a noite escura e nem penetrar no matagal em volta. De repente o carro atingiu algo na estrada. Sem saber o que era o rapaz parou o carro imediatamente e saiu para investigar. "Ah não!" ele exclamou quando viu um largo pedaço de um tronco em baixo do carro. Ele virou e viu que também havia uma grande coluna de vapor saindo do capo do motor cansado do seu velho carro. O rapaz chutou o tronco, sabendo que ele teria que fazer mais do que isso para conseguir tirar o pedaço de madeira de baixo do carro dele. "Era só o que me faltava!" ele pensou enquanto voltava para o carro para contar para a garota o que havia acontecido.

Ainda não se dando por vencido, ele tentou ligar o veiculo, mas sendo um modelo dos anos 70, o carro resmungou, resmungou e não pegou. As luzes estavam todas acesas, mas não tinha nada que fizesse o carro pegar.

"Eu vou ter que voltar para a estrada para procurar ajuda" ele falou mexendo a cabeça e agarrando o volante. "Fique no carro que eu volto logo." foram as suas ultimas palavras enquanto saia do veículo, ajeitava a blusa e andava sozinho em direção à escuridão.

Apesar da garota não gostar da idéia de ficar sozinha o resto da noite, em uma estrada de terra no meio do nada, ela estava muito cansada para ir com ele e ficar sem dormir o resto da noite. Ela preferia ficar, se acomodar no banco do passageiro e sonhar enquanto ele estivesse fora arranjando ajuda. De qualquer forma foi idéia dele ir até, não foi? Era ele que devia ir buscar ajuda!

Ela ficou olhando ele pelo espelho retrovisor até que não pudesse mais enxerga-lo, o que não demorou muito, ele parecia ser engolido pela noite e ela pensou que idéia idiota foi aquela de ele ter pegado aquela estrada, e ela esperou que ele demorasse um pouco para que ela pudesse descansar um pouco.

Enquanto ela fechava os olhos para dormir, ela pensou se ele voltaria antes do amanhecer, e também se ele encontraria ajuda, já que não viram nenhum carro na estrada.

Assustada, ela acordou de repente. "O que foi isso?!", o sono ainda embaçando os seus pensamentos, ela chacoalhou a cabeça para clarear a mente, com a impressão de que alguma coisa tinha acontecido enquanto dormia, alguma coisa que tinha acordado ela mas agora tinha acabado ou passado. Olhando pelo espelho retrovisor, a única coisa que ela via era escuridão, escuridão e mais escuridão. A noite estava quieta como nunca, mas ela não tinha ouvido barulho antes? Porque estava tudo tão calmo e quieto agora? Provavelmente algo me acordou!.

Sozinha, com medo e meio mole ainda de ter sido acordada de um sono profundo, ela agora desejava que tivesse falado para o namorado não ir buscar ajuda. Olhando o seu relógio parecia que o sol estava para nascer. Agora era 4:30am.

Quando foi que ele foi? Acho que era em torno de 2:00am ou 2:30am com certeza. A mente dela começou a pensar em tudo que tinha acontecido para ver se conseguia descobrir exatamente que horas o seu namorado tinha saído para buscar ajuda. "Bem, seja qual for a hora que ele tenha ido, já faz muito tempo e ele deve estar para voltar logo", ela falou baixinho para si mesmo.

A noite estava inacreditavelmente quieta agora, e ela tinha a impressão de que não estava sozinha agora. Sem conseguir ver nada na frente ou atrás do carro, ela esperou que fosse o namorado voltando com ajuda. Calafrios estavam começando a aparecer e o cabelo da nuca estava começando a arrepiar quando a escuridão lá fora pareceu se mexer. "Eu devo estar enlouquecendo", ela disse para si mesma. Ela decidiu que era hora de ligar os faróis do carro, e quando se inclinava para girar as chaves na ignição, houve um grande barulho "TUMP" no teto do carro. A sua primeira reação foi pular, quase acertando o teto do carro com a cabeça, e se encolher no seu banco. Olhando em volta freneticamente, mas instintivamente sem mexer um músculo, realmente pareceu que algo se moveu lá fora, na escuridão.

"TUMP, TUMP". Aquele som de novo, e um pequeno grito escapou da sua boca. O que eu faço, o que é isso, alguém me ajuda, eram os seus pensamentos. Eu estou sozinha aqui no meio do nada, o que, em nome de Deus, eu faço? "TUMP!" de novo, tem alguém em cima.

Lágrimas de horror e medo correram pelo seu rosto, não havia ajuda, ela estava sozinha, e provavelmente tinha algo no teto do carro, prestes a pegar ela.

TUMP.......de novo...............TUMP TUMP. O medo tomou conta dela, e ela decidiu que não ia ser uma presa fácil, ela iria abrir a porta e correr feito uma condenada. Se ela não conseguisse ver na escuridão da noite, provavelmente o que quer que seja que estivesse no telhado também não conseguiria ver.

"TUMP TUMP TUMP TUMP", foi a gota d'água. Suas mão tremendo e tentando abrir a porta sem sucesso (ela esquecera que tinha trancado a porta antes), lágrimas escoavam agora de seus olhos embaçando a sua visão. Ela conseguiu finalmente abrir a porta, quase arrancando ela do carro. Estando tão assustada e confusa, ao invés de fazer uma saída triunfal e correr como nunca, ela caiu de cabeça do carro, aterrisando com o seu rosto na terra.

Enquanto ela tentava engatinhar e levantar ao mesmo tempo para correr, luzes fortes inundaram a área ao seu redor. Ela só conseguia ver lâmpadas e lanternas se movendo e sombras escuras atrás das luzes. Ela estava quase entrando em choque quando ouviu uma voz gritar algo para ela. Confusa e de pé novamente ela só pensava em ir cambaleando em direção à luz como uma mariposa. Protegendo os olhos da luz, ela podia ouvir as vozes com um certo tom autoritário, dando algum tipo de instruções para ela.

De novo a voz repetiu. "Dona, se afasta do carro na nossa direção e o que quer que você faça, não olhe para traz". De novo "Moça, continue vindo na nossa direção olhando para nós, não olhe para trás". Ela estava quase desmaiando e começou a cair em direção às luzes. Ela foi pega por um homem uniformizado que ela reconheceu ser do departamento de policia local, e pode ver atrás das luzes. Tinham lá cerca de 10 a 15 carros de policia e o dobro de policiais com as suas armas na mão. Antes de ela perder a consciência ela decidiu que tinha mais uma coisa que ela tinha de fazer. Ela juntou todas as suas forças para virar e olhar para o seu carro.

E ali, no teto do carro tinha um ser gigantesco, algo que parecia um monstro, ou podia ser um humano deformado? Tinha uma longa estaca na mão e estava babando feito louco, enquanto gargalhava e batia no teto com a estaca. Mas ela não deixou de notar, antes de desmaiar, que na ponta da estaca, estava a cabeça do seu namorado.
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